quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Dos Vínculos e de Como Perder-se (e Achar-se) na Melancolia

Hoje, caminhando sozinho ao entardecer pelo IFCH, assaltou-me a memória de meus amigos recentes (peruanos, colombiana, baianos, etc.) e em como nos tornamos amigos tão rápida e intensamente nas três semanas em que ficamos juntos na Bahia. Nas coisas que fizemos, em nossas microlutas contra formas de opressão xenófoba, machista e homofóbica e em como criamos um vínculo forte, intenso e com um sensação nítida de perenidade.

One of the bests hugs ever!!!

Lembro-me de detalhes: do caminhar pelo Farol da Barra, das risadas, dos chistes, das negociações escusas diárias com taxistas, das gossip generalizadas, de las galletitas, de la dulce Niña Masturbadora (aka Fátima), de la Mujer Thailandesa (aka Giank), y de Penélope Cruz (aka Julie), como no!? Y también de Zeca e Neto, queridíssimos, que nos levaram pra lá e pra cá na bela Salvador...

SSSSSSSeca! Y Julie-Penélope!


E também de tantas outras pessoas muito especiais, como: Marília, Lia, Monique, Djaime-Boy (aka Nilmar), Laura, Germán, Gleydis, Lucimar, Georgia, Olívia, Maíra, Cris, Washington, Carla, Terezinha, Ivonete, enfim... Muita gente... D@s últim@s, alguns(mas) me aproximei mais do que outr@s, mas fiquei com um carinho e uma admiração grande por tod@s.


Pensei também em como eles agora estavam há milhares de quilômetros e que tenderíamos a nos ver bem esparsamente e fiquei triste, pesaroso... Como as pessoas passam por nossas vidas, deixam marcas tão fortes e se vão, talvez para todo o sempre? Enquanto eu estava com eles (e a convivência maior acabou sendo mesmo com Fatita, Giank, Julie e Zeca) me sentia muito bem, feliz, seguro e pleno, porém só percebi a importância dessas conexões e o caráter limitado que elas poderiam ter em seu sentido pleno dali por diante, apenas alguns dias após a partida deles (ou da minha própria partida)... Como o Tempo oferece such a rapture e ri-se de nosso êxtase ao compreender o irônico do que nos será extraído logo adiante... Como a visão da colher de sopa cálida que nos é oferecida para não ser dada...

Aula compulsória de samba e salsa!

O problema é que ao contrário de muita gente, eu não esqueço... Esses vínculos e a presença da ausência dessas pessoas que me apaixonaram de maneira fulminante me marcam por muito, muito tempo... Lembro-me de um amigo que fiz na 2a série e que há alguns anos não tenho mais notícia alguma. Lembro-me e sinto uma saudade doída, gostaria de saber como está, o que anda fazendo da vida, se deixou de ser depressivo-suicida como era na adolescência, se é feliz, se ainda recorda de nossa amizade.

Tomando helados: Mujer Thailandesa (aka Trakina), Penélope Cruz, Diva Gay y Maria Joaquina

Lembro-me de amigos há décadas... Não me esqueço, fazem-me falta doída... Penso vez em quando com uma melancolia áspera... Não esqueço e nada preenche essa ausência... O preço que se paga pelo arrebatamento...


Vez por outra é mais sentida essa presença da falta... Não é constante, necessariamente (thanks, god!)...


E apesar do ônus dessa dedicação amorosa aos amigos, eu prefiro sentir tudo... Seja dor, a felicidade, a saudade, a melancolia, enfim... sem Propofol nas veias... é melhor (d)existir with eyes wide open... Deixar-se tomar pela alegria e a dor de amar e deixar-se amar nas formas mais amplas permitidas pela plasticidade semântica...

Fatita Powerfull Girl con Charutón!

Love hurts, já dizia a música cafona... Mas vale a pena, for sure.

2 comentários:

Carla disse...

Sodadi ... sodadi... é uma expressão cabo-verdiana que acaba por reflectir o que sentimos com a partida de alguém, ficando uma sentimento indescritível da sua ausência, dos bons momentos. Pessoalmente, Cadu e alguns demais, gostaria de poder ter tido mais tempo para conversar e trocar ideias sobre a nossa breve mas marcante passagem por Salvador. Creio que aquela cidade nos marcou a todos, quer para abrir horizontes, sair da nossa concha - que por vezes pensamos ser segura - e ver o mundo heterogeneo mas acolhedor que existe por aí afora. AMEI TODAS E TODOS VOCÊS.

Giancarlo Cornejo Salinas disse...

Cadu, tu post es super lindo.
Que lindo es saber que tus amigos tuvimos ese efecto en ti.
Me encanta como cierras tu ensayo: "dejarse amar en las formas más amplias permitidas por la plasticidad semántica". Yo este fin de semana empezaré a escribir tambien sobre los vinculos que hicimos en Bahia, y será en torno a la frase con la que cierras.
Yo estoy seguro que nos vamos a volver a cruzar. Somos demasiado bichas y demasiado radicales para no hacerlo.
Besos,
Giank