quinta-feira, 22 de maio de 2008

congestã-cerebral












3.



Não é por me gavar




mas eu não tenho esplendor.




Sou referente pra ferrugem




mais do que referente para fulgor.




Trabalho arduamente para fazer o que é desnecessário.




O que presta não tem confirmação, o que não presta, tem.




Não serei mais um pobre diabo que sofre de nobrezas.




Só as coisas rasteiras me celestam.




Eu tenho cacoete pra vadio.




As violetas me imensam.







MANOEL DE BARROS