quinta-feira, 30 de junho de 2011

What was the scariest moment of your life?

well, i'm not sure, but I remember one day, when I was a kid and I've lost my home's keys, and my mom took too long to arrive... It was, cold, raining, I was hungry and starting to have a flu... well, I remember I was scared as hell... but to tell the truth I think I'm a lucky guy... I've never had too terrible moments...

Ask me anything

terça-feira, 28 de junho de 2011

Riding for the feeling

é incrível como isso de linguagem de blogs (estilo blogspot) parece já meio datado quando comparado, por exemplo, as novas linguagens de blogs estilo tumblr, muito mais dinâmicas mas ao mesmo tempo (talvez seja só impressão), eu não me sinto à vontade no meu tumblr pra expor certas coisas ideias,sentimentos, impressões e tal... o tumblr me parece uma forma talvez bastante específica - em termos estéticos - de expressão dos ânimos, da individualidade e tal... mas enfim, o fato é que senti vontade de voltar a escrever aqui no meu pobre e abandonadinho blog...

o espírito desse post acho que é bem expresso por essa canção:



quando eu comecei a ouvir o bill callahan, achava ele chato pra caralho... mas depois que forcei os ouvidos mais um pouquinho fui descobrindo a beleza das canções, das letras, desse universo que ele constrói nos álbuns... enfim, é demais (meio chato mesmo, aliás, esse vídeo fan made aí é mais tedioso que não sei o quê, mas dane-se) mas mesmo assim é super lindo dependendo do estado de espírito de quem ouve [aliás, uma galera que gosta dele gosta também do outro fodíssimo bon iver. putz, quem não conhece VÁ ATRÁS AGORA! bom, se não quiser não vá, tudo bem... hehe

bom, vou tentar me animar pra reutilizar o blog vez em quando ao menos...

enfins, nessa sexta devo ir a Madrid e lá pra Parish (de táxi com o Geraldo) e ando numa agitação insuportável (algo como os meus sintomas de TOC me dizendo bom dia e boa noite e reclamando do excesso de leite no café, coisas do tipo, todo dia...)
se tudo der certo e rolar tempo e conexão wi-fi talvez eu poste alguma coisa por aqui, seria bom ir compartilhando as minhas primeiras impressões lá de além-mar.



[essa fotinha é um teste da minha cam fofete e de melhor custo-benefício que encontrei, dá uma olhada, ela parece de brinquedo, mas pra falar a real num primeiro contato tô bem satisfeito, tenho tirado boas fotos com ela. vou mostrando mais algumas fotos ainda...]

olha, como a minha (e a nossa?) linguagem dos blogs é fragmentada, não? bom, vou fazer uma carrada de conexões pra chegar até lá e correndo o risco ainda (afinal, nunca se sabe...) de ainda levar um pé na hora que chegar devido as chatices (hiper conservadora) das políticas de imigração. mas agora me diga, pouca gente em sã consciência iria morar/trabalhar em boa parte da Europa e dos EUA nos tempos atuais... essas questões são obviamente super conjunturais, mas enfim, parece uma ideia disparatada anyway. bom, então será isso, uma hiper viagem com conexões e tudo (que conta, pra se ter uma ideia, SP - Buenos Aires, tipo, WTF?!!?) mas fazer o quê?! viajar em julho, descobri a amargas penas, é os olhos da cara teus e das próximas três gerações consecutivas de todos os membros da sua família. for real.


[o tio aqui não pisca ou chora há uns bons cem anos, nem pode dizer se de fato estava ou não numa piooorrr]

vou pra conferência da IASSCS e tô hiper contente de encontrar uma das minhas melhores amigas, a dona Fatita, que está esperando a Faberta e eu quero abraçá-la tipo a Felícia com o pobre gatinho... incrível, já falei sobre ela aqui, há dois anos quando a conheci no Fábrica de Ideias do CEAO/UFBA. ela e o Giank, e esse encontro foi uma das coisas mais mágicas e especiais que me aconteceu nos últimos anos! além de 2009 em que nos encontramos em Salvador e um mês depois em Buenos Aires na RAM, também nos encontramos no Fazendo Gênero de 2010... enfim, nos perseguimos. (e se tudo der certo encontrarei o Giank em setembro num lugar que mais pra frente falo aqui também).


ao mesmo tempo que tô assim (ansioso duracell de fukushima) também bate uma melancolia absurda (altamente explicável, tipo piada interna sem graça - que não se explica...) uma alegria-ansiosa-pacas-combinada-com-uma-melancolia-piada-interna-sem-graça...

bom... acho que é um bom (re)começo pro meu poor blog que já estava algo tipo two jumps in a year e olha lá... talvez eu volte logo, talvez não... vá saber... e além do mais, who cares, né? nem eu...

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

UNIVERSO

"O Universo é intratável,
nem uma hesitação quando
metade da casa cai em cima da criança
que imaginava já os dias, do início ao fim, lúdicos.
Vaidoso o sol mantém firme
a possibilidade de o homem ver sem
usar eletricidade.
Os homens chegam, vêem, assustam-se, choram, insultam.
A mãe é afastada,
chama-se a ambulância e dois Deuses (que não comparecem).
No rosto da mãe o Criador infiltra
irregularidades más; ela jamais esquecerá o desastre.
Os níveis superiores do Universo enojam
mas não têm nojo de nós."
Gonçalo M. Taraves

terça-feira, 13 de abril de 2010

sonhando acordado...




"Por viver muitos anos dentro do mato
Moda ave
O menino pegou um olhar de pássaro -
Contraiu visão fontana.
Por forma que ele enxergava as coisas
Por igual
como os pássaros enxergam"

Manoel de Barros

segunda-feira, 1 de março de 2010

Do Rubro


Ilustração de Josh Keyes


[um conto meu - sem pretensões e revisões - feito há uns 8 anos, para abrir 2010 e reanimar o blog...]

- Mas o que foi que cê foi fazê lá, criatura!? – e a mulher sacudiu o filho roxo da porrada. – Mas que bicho burro! Que é que foi se meter com Seu Junio! – e levantou o rosto magro do rapaz. Estava envergonhado com a aproximação do resto da família. – O que é que foi, Tereza!? – então, a tia Morena viu o nariz sangrando. – Santa Mãe de Deus! Que fizeram com o meu Mateus!!? – e assim todos se alarmaram. Perguntaram muito, todos ao seu redor, mas com tanto alarde e exclamações que uns interrompiam os outros e ele se via em sorte de nada ter de explicar. Tia Cecília com o lenço sujo e mofado lhe esfregou, sem cuidados, o nariz quebrado. Por fim, ainda trêmulo, se equilibrou sobre as pernas e foi se afastando, vagaroso, para seu quarto, segurando o pano imundo - agora rubro - sobre o rosto latejante.
Perdera os óculos, quebrados no imbróglio. Via os detalhes das paredes do corredor, todos borrados pela miopia, aborrecendo-o profundamente. Era um ser eminentemente visual: as cenas traziam distrações para as chateações cotidianas. Assim, sem poder ver a beleza simplória do dia-a-dia, se repetia a imagem mental do “quebra-pau” público. Nunca participara de uma luta sob o olhar de tantas pessoas (na verdade nunca participara de luta alguma. E houvera apanhado).
Seu Junio comentara, para provocar, que era ele o filho do presidiário. Pela terceira vez o homem o acusava em alta voz. – Esse daí não vai dar melhor, não. Deviam criar uma pena preventiva presse tipo de gente. – Ao ouvir, sentiu-se novamente como quando, sem os óculos, tivera que correr de um dos touros do avô: aguçara todos os instintos para se salvar. As palavras do feirante foram demais para o pacato rapaz. Que fizera para que o humilhassem? Nem se deu conta de como, mas em um instante estava agarrado aos cabelos do homem, enfiando-lhe o rosto nos tomates da barraca, joelhando-lhe as costelas e gritando todos os palavrões que lembrava. Todo o bairro concentrado na feira, em segundos, se reuniu em frente à barraca. Então , a situação cambiou e lá estava o homem imobilizando-o no chão: – É isso mesmo, seu marginalzinho de merda! Já é igualzinho ao pai ladrão! Mas se a lei não chega até tu, deixa que eu te ponho na linha! – e viu o rosto irado do homem coberto com o vermelho do tomate e seu punho se levantar.
Acordou sobre o chão sujo de restos de verduras com tapinhas no rosto de um vizinho velho que tentava levantá-lo. Pôs-se de pé rápido e viu seu Junio de costas, apoiado na mesa de verduras, arfando. Sem pensar duas vezes, correu em sua direção e lhe chutou os colhões com todas as forças, gritando em seguida: - Filho da puta! Degraçado! Maldito, lazarento! - Saiu, então, veloz sem olhar para trás e empurrando todos (o grande show do domingo).
As silhuetas das vizinhas vinham ao seu encontro pelas calçadas, borradas. – Menino! O que foi!? – era a dona Margarida (reconheceu, pois não havia outra mulher tão gorda no bairro) e acelerou a correria. - Só queria ver direito! Ver sem usar os malditos óculos! - Pensou ter visto tio Frederico, mas o homem o ignorou. Passou a mão sobre o sangue nos lábios e no queixo, visgo quente. Dentes cerrados, corrida desenfreada. Perguntava-se os motivos de apenas ele precisar daqueles óculos - Por que não ser como Tiago, Marcelo ou Pedro, que nunca se preocupavam em encontrar os malditos óculos para se levantar de manhã? - Olhou para o morro, viu os telhados da vizinhança e lembrou que seria um árduo expediente seu contato familiar naquela situação. Então, absorto e ainda correndo, chutou um cachorro que não vira, perdeu o equilíbrio e acertou um poste, ficando caído colorindo a calçada.
Voltou a si na sala de sua casa, no sofá, com a cabeça explodindo, a camiseta branca ensopada de um úmido e quente e alguns vizinhos jovens deixando-o com a mãe. Sentou-se e começou a ouvir todo o alarido previsto - Os óculos... Onde estão os malditos óculos? - As imagens mentais... Era o inferno definitivamente. Tremendo e cambaleando se trancou no quarto.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Comentando "Do Começo ao Fim" de Aluízio Abranches



EM TIRAS (preguiça de fazer diferente...):

definitivamente não é um desastre mas é fraquinho;

um tema que podia ser trabalhado com mais nuances;

linear e asséptico demais;

meio que todo mundo aceita tacitamente;

sem conflitos reais;

pouco crível;

os atores que fazem os irmãos não estão bem o suficiente nos papéis;

julia lemmertz está ótima;

tem um bom argumento;

retrata com muita naturalidade sim (e isso é legal)...

paradoxalmente "civilizado" em excesso;

não é "assexuado" (como me disseram), mas um sexo claramente forjado, sem desejo, sem graça;

quase não recomendo...

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

POIS É


[Uma crônica, coisa que não fazia há anos.
Para ler ao som de “Don’t Dream It’s Over, de Crowded House]


Acordei tarde, bem mais tarde do que esperava e ainda com aquela dorzinha chata na lombar. A luz, como que para irritar, escapava à cortina e me atingia o rosto. Qual era a minha lista de coisas para o dia mesmo? Hum, roupa na lavanderia, ler aquele artigo chato, lavar a louça, me preparar para a aula de amanhã. Era preciso regrar tudo para não deixar que o marasmo, o tédio e as lembranças me assolassem o dia.

Havia acabado um namoro de dois anos e há seis meses não nos víamos. Apenas conversas esporádicas pelo messenger, respostas evasivas, e um afastamento contínuo e doloroso. Precisava me ocupar o tempo todo ou me tornaria, mais do que já era, um imprestável.

Resolvi, então, levantar de uma só vez, espreguiçar-me, fazer um alongamento rápido para ver se a dorzinha me abandonava ao menos por um tempo. Fiz um café e me concedi pôr um pouquinho de pó de amêndoas (sou amplamente adepto das políticas auto-compensatórias, capice?).

Olhei minha gata enquanto o café coava e constatei que ela me propunha claramente uma luta de olhares with laser! Ela, sem piscar, me olhava diretamente aos olhos e eu comecei a mirá-la bem nos globinhos amarelos:

- Ah, é!? É assim, é!? Então vamos ver quem vai ganhar, sua gata safada!

- Miow... - respondeu lânguida e baixando o olhar.

- Nossa, hoje foi fácil, hein!? Sua fracote...

E fiz um carinho na cabecinha que se doava ao toque.

Precisava me pôr em movimento ou viraria um vegetal no resto do dia. Tomei o café olhando pela sacada para mais um dia cinza-paulistano e então reuni uma montanha de roupas sujas que levaria para a lavanderia quatro quadras acima, na minha rua mesmo.

Desci as escadas do prédio ouvindo Lion in a Coma do Animal Collective (great, energética!) e cantarolando a letra, abri a porta, saindo à rua. O dia parecia mais iluminado do que no apartamento (lembrei dos dark glasses, mas não voltaria buscar...) e as pessoas estavam um pouco mais sorridentes do que de costume. Involuntariamente me senti de melhor humor.

Subi a rua, vagaroso e mirador. Vi o tio coreano da venda, que se vestia meio como um boxeador, sério e de olhar bravio – sempre o imagino assistindo à exaustão os filmes do Rocky 1, 2, 3, 4... Funny... - Não o cumprimentei, é claro... Mesmo de bom humor ninguém se cumprimenta nessa cidade...

Dona Marli, cabeleireira - há nome mais perfeito que “Marli”, para uma cabeleireira? Acho perfeito! Exato! Se eu quisesse fazer um permanente só iria nela, que já pelo nome transmite know-how e confiança sem igual! - ajudava uma cliente sua, velhinha, a enfiar a cabeça no secador, sempre sóbria e bem maquiada.

Passei também por um homem mais velho, cabelos brancos, mas jovial, que está sempre sentado na entrada de um edifício, com uma bengala. Usa roupas moderninhas e parece íntegro, confiável, enfim, deu-me vontade de parar e do nada começar a conversar com ele, mas, é claro, não tive tanta coragem e segui para a lavanderia com um sorrisinho alegre de canto de boca.

Em pouco tempo invadiu-me a mente a vontade de que fosse a dona da lavanderia que me atendesse, e não a gerente – que era uma grosseirona de marca maior. Porém, assim que cheguei à porta vi a gerente com seu olhar de peixe-morto e sua cara de má-vontade. Disse-lhe um bom dia e ouvi um grunhido de resposta. Ela que acabava de deixar ao chão um saco de roupas de uma moça que estava no balcão veio até mim e pegou a sacola que lhe estendia.

Olhei para o lado e vi que outra cliente era a vizinha nova, do apartamento 6, logo acima do meu e a cumprimentei. “Bem que me disseram...”, pensei, era verdadeiramente bonita: uns olhos que ardiam, como aquelas pessoas que têm inquietações existenciais, olheiras leves, devia ter lá os seus um metro e setenta, magra, mas não demasiado, talvez 26 ou 27 anos e quando sorria era de um encantamento desconcertante. Venci a timidez e perguntei:

- Você é do 6, não é? – e sorri.
- Sim, sim... Mudei ontem. Você é do...?
- Do 4. E... E então, está gostando da região?
- Ah, sim... Aqui é meio perto de tudo, não é? Metrô, teatros, cinemas e tal. Acho que vou gostar bastante, sim... Mas... Qual é o teu nome mesmo?
- Ah, pois é... Leo, e o seu?
- Lisa. Bom, é Elisabete, mas pode chamar de Lisa, mesmo. – e estendeu a mão.

E nesse ponto a gerente nos interrompeu:

- Olha, moço, eu já pedi pro senhor separar as peças, to vendo aqui que o senhor deixou cueca com camisa, com toalha...
- Ah, pois é... Desculpe, é que eu saí meio com pressa e esqueci de separar.
- Da próxima vez vê se não esquece. Agora eu vou ter que separar aqui...

E então, para meu espanto, começou a tirar as peças de roupa e pô-las sobre o balcão, sob as minhas vistas e as de Lisa, iniciando logo pelas cuecas... Rangi os dentes de imediato e pensei comigo: “Vaca, maldita! Vai fazer isso de propósito para se vingar!” e fiquei completamente constrangido: minha vizinha e um senhor que acabava de chegar observavam minhas cuecas sujas sendo jogadas compulsoriamente bem na minha frente.

- Moça, é preciso fazer isso agora mesmo?
- É preciso sim! Não seria preciso se já viesse separada!

Silenciei roxo de ira, sentindo ganas de lhe espremer o pescoço ali mesmo. Lisa então, visivelmente com pena de mim, perguntou quanto devia pelo serviço ao que a "abençoada" da gerente respondeu dizendo que podia pagar quando retirasse as roupas. A vizinha então se virou rapidamente para mim e disse:

- Legal te conhecer, Leo!

E eu, sorrindo amarelo e ainda meio atordoado e constrangido (a gerente pegava da sacola exatamente a última cueca – branca – que restava), respondi:

- P...Pois é...

E seguiram-se uns dois segundos do mais denso silêncio...

- Tá, a gente se fala. Até mais! – disse-me, acenou e se foi. E eu fiquei pensando comigo mesmo: “Pois é!?” Não havia algo melhor a se dizer que um “pois é”!? Por favor, Leonardo! Virei então para a gerente e com olhos crispados, disparando mísseis orientados bastante concretos, metralhei em bom som:

- Vamos lá, minha filha que eu não tenho o dia todo, não! É pra hoje?! Tô com pressa! Vou reclamar para a dona Sofia dessa sua lerdeza!!!

Toda a minha grosseria contida ao longo de décadas foi regurgitada sobre a “doce” gerente, que me olhou com seus olhos de peixe morto, grunhindo alguma coisa incompreensível e continuando a executar tudo com a sua habitual má vontade. Eu, então, já não a olhava, estava olhando para dentro de mim.

Constatava que definitivamente havia arruinado meu dia.


___________________

P.S. Ilustração (autor desconhecido) retirada do site: http://jornale.com.br/horasonora/?p=1789)

terça-feira, 10 de novembro de 2009


SOBRE A COMUNICAÇÃO E SUA FALTA


Novamente
a mesma cama

Aquela em que meu avô
reviu saudosos compadres mortos
e em que me confidenciou a reunião,
seu affair com a enfermeira
e que morreria três dias depois,
quando, de fato, morreu.

A mesma cama
novamente

Três dias antes de morrer
para a colheita
para o planejamento da vida
da morte, da herança,
para a plantação de mim.

I shall pick the fruits of that youth…
Verdes, maduros, podres, que seja.
Quero todos…

Darei um belo suco
aos porcos que me habitam

[Semente estéril no caminho para o encontro]

Os porcos, o affair, a cama
Os compadres mortos

São meus, os três dias.

E a confissão.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Dos Vínculos e de Como Perder-se (e Achar-se) na Melancolia

Hoje, caminhando sozinho ao entardecer pelo IFCH, assaltou-me a memória de meus amigos recentes (peruanos, colombiana, baianos, etc.) e em como nos tornamos amigos tão rápida e intensamente nas três semanas em que ficamos juntos na Bahia. Nas coisas que fizemos, em nossas microlutas contra formas de opressão xenófoba, machista e homofóbica e em como criamos um vínculo forte, intenso e com um sensação nítida de perenidade.

One of the bests hugs ever!!!

Lembro-me de detalhes: do caminhar pelo Farol da Barra, das risadas, dos chistes, das negociações escusas diárias com taxistas, das gossip generalizadas, de las galletitas, de la dulce Niña Masturbadora (aka Fátima), de la Mujer Thailandesa (aka Giank), y de Penélope Cruz (aka Julie), como no!? Y también de Zeca e Neto, queridíssimos, que nos levaram pra lá e pra cá na bela Salvador...

SSSSSSSeca! Y Julie-Penélope!


E também de tantas outras pessoas muito especiais, como: Marília, Lia, Monique, Djaime-Boy (aka Nilmar), Laura, Germán, Gleydis, Lucimar, Georgia, Olívia, Maíra, Cris, Washington, Carla, Terezinha, Ivonete, enfim... Muita gente... D@s últim@s, alguns(mas) me aproximei mais do que outr@s, mas fiquei com um carinho e uma admiração grande por tod@s.


Pensei também em como eles agora estavam há milhares de quilômetros e que tenderíamos a nos ver bem esparsamente e fiquei triste, pesaroso... Como as pessoas passam por nossas vidas, deixam marcas tão fortes e se vão, talvez para todo o sempre? Enquanto eu estava com eles (e a convivência maior acabou sendo mesmo com Fatita, Giank, Julie e Zeca) me sentia muito bem, feliz, seguro e pleno, porém só percebi a importância dessas conexões e o caráter limitado que elas poderiam ter em seu sentido pleno dali por diante, apenas alguns dias após a partida deles (ou da minha própria partida)... Como o Tempo oferece such a rapture e ri-se de nosso êxtase ao compreender o irônico do que nos será extraído logo adiante... Como a visão da colher de sopa cálida que nos é oferecida para não ser dada...

Aula compulsória de samba e salsa!

O problema é que ao contrário de muita gente, eu não esqueço... Esses vínculos e a presença da ausência dessas pessoas que me apaixonaram de maneira fulminante me marcam por muito, muito tempo... Lembro-me de um amigo que fiz na 2a série e que há alguns anos não tenho mais notícia alguma. Lembro-me e sinto uma saudade doída, gostaria de saber como está, o que anda fazendo da vida, se deixou de ser depressivo-suicida como era na adolescência, se é feliz, se ainda recorda de nossa amizade.

Tomando helados: Mujer Thailandesa (aka Trakina), Penélope Cruz, Diva Gay y Maria Joaquina

Lembro-me de amigos há décadas... Não me esqueço, fazem-me falta doída... Penso vez em quando com uma melancolia áspera... Não esqueço e nada preenche essa ausência... O preço que se paga pelo arrebatamento...


Vez por outra é mais sentida essa presença da falta... Não é constante, necessariamente (thanks, god!)...


E apesar do ônus dessa dedicação amorosa aos amigos, eu prefiro sentir tudo... Seja dor, a felicidade, a saudade, a melancolia, enfim... sem Propofol nas veias... é melhor (d)existir with eyes wide open... Deixar-se tomar pela alegria e a dor de amar e deixar-se amar nas formas mais amplas permitidas pela plasticidade semântica...

Fatita Powerfull Girl con Charutón!

Love hurts, já dizia a música cafona... Mas vale a pena, for sure.