
com essa profusão imagética e sonora e a superexposição da interioridade psicológica, há um onda de confissões contínuas e quase sufocantes... todos tentam contar segredos como se eles fossem esperados por outrem...
que coisa cansativa!
lembro-me das primeiras tentativas de me catequisarem e o contato angustiante com o padre que desejava minhas estórias, meus pecados, minhas pecaminosidades... e eu, que só tinha 10 anos e não fazia nada lá digno de nota, vendo a fila de garotos à minha frente diminuir rapidamente (deviam contar seus belos pecados facilmente, me parecia), afligia-me e começava a arquitetar algo a confessar ao velho irritadiço...
minha primeira (e talvez única) confissão católica foi uma bela mentira... (e talvez o único pecado - provocado por aquela situação patética...).
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